quarta-feira, 21 de maio de 2008

A Greve dos Professores do Pará

Aqui no Estado do Pará os trabalhadores em educação da rede pública estadual estão entrando na sua 4ª semana de greve, e segundo o Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública do Pará-SINTEP, 96% da escolas da área metropolitana de Belém aderiram ao movimento paredistas, que já atinge mais de 70 municípios.
A categoria quer 30% de reajuste e vale-alimentação de R$ 400, além dos eternos pedidos de melhorias nas/das condições de trabalho. Mas o governo oferece reajuste de 6,5% e vale-alimentação de R$ 100,00 para servidores de nível superior. Para nível médio o aumento é de 9,2%, e 10,7% para o nível fundamental com vale-alimentação de R$ 50,00, suficiente se alguém pudesse almoçar com R$ 1,50 por dia. Enquanto isso, professores lotados na sede e professores da UEPA ganham vale-alimentação de R$ 400,00.
Dia desses ouvi pelo Jornal da Manhã, da Rádio Cultura FM, uma entrevista com Cláudio Put, Chefe da Casa Civil. Ele justificava esse reajuste diferenciado (10,7% e 6,5%) porque se o governo desse o mesmo percentual para todos cometeria uma injustiça pois, por conta da gratificação de nível superior e tempo de serviço, alguns professores receberiam mais que os que não possuem nível superior.
Trocando em miúdos significa dizer que, para o governo, aquele professor que já trabalha a duas décadas, que se esforçou para melhorar na sua profissão, buscando uma pós-graduação, um mestrado, um doutorado, deve ser penalizado por isso. Seria risível se não fosse trágico!
Comparo essa declaração do Chefe da Casa Civil com a que o Delegado Geral da Polícia Civil do Pará, Raimundo Benassuly, deu a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal, durante o rumoroso caso da menina presa numa cela cheia de homens, em Abaetetuba. Para o delegado a culpa era da menor que devia ter problemas mentais, pois não falou que era menor de idade. Kkkkkkkk.... É mole!

Não há previsão de volta às aulas nas escolas da SEDUC, no entanto o Governo conclamou os alunos a retornarem às escolas na segunda-feira, dia 19/05, afirmando que as aulas estavam normalizadas. Enquanto isso, o tratamento dado à educação pública vai de mal a pior, independente do estandarte político e do discurso de quem detém o poder. Quosque tandem abutere, Catilina, patientia nostra! Quosque tandem!

2 comentários:

Marcelo Carvalho disse...

Franz
Uma informação: alguns professores/funcionários lotados na SEDUC, alguns e não todos, recebem o tiket alimentação e o valor não é R$400,00 e sim R$300,00. É bom lembrar, também, que os professores lotados na sede não recebem as vantagens do magistério. Portanto, o auxílio alimentação não é um privilégio e sim uma pequena medida compensatória.

Eni disse...

Aqui no Paraná também estamos em luta por melhorias na Educação. Ontem, dia 04/06/ tivemos paralisação com adesão da maioria das escolas. Dia 14/06 vamos para Assembléia Geral, decidir pela paralisação por tempo indeterminado, caso as propostas e reivindicações nos sejam negadas.

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